ha limites para tudo.

Cum caralho... Tenham um bocadinho de bom senso que esta discussão já está no ridículo. Fala-se como se as praxes fossem o terceiro reich.

Ainda ninguém explicou qual é a necessidade de toda a tradição das praxes na integração de alunos. Esta pode ser feita de forma muito melhor para todos com actividades programadas pelas universidades e associações de estudantes que não envolvam uma "classe dominante" ou autoridade de veteranos sobre caloiros. Para que é que isto existe?

Acabar com os autocarros na Índia também deve resolver o problema das violações colectivas.
Essas merdas acontecem muito menos nas praxes que em qualquer outro lado.

A função das praxes e dos doutores, veteranos e afins é a integração e acompanhamento.
No fundo a ideia é os mais experientes apadrinharem os rookies. Tanto que até se tratam por Padrinhos e Afilhados.
As praxes têm a parte parva da submissão, que apesar de parva, pode ser engraçada, mas subentende o apadrinhar dos novos alunos.
Obriga esses, que estão numa posição dominante a serem prestáveis quando acabar a época da parvoíce.

Eu vi vários Padrinhos serem de facto muito prestáveis para os seus afilhados, dando-lhes apontamentos, livros, conselhos, apoio, etc.

Claro que o pessoal tende sempre a focar o que corre mal. Além de que, como é uma organização, como há um traje, etc. tende-se a tratar isto como uma seita maléfica.

Como em tudo é preciso haver bom senso.
As associações de estudantes não têm também pessoal que abusam do seu estatuto?
Se não houver praxe, não vai haver pessoal "mais velho" a esticar-se?
Se não houver praxe, os estudantes não se vão juntar na mesma, beber copos e fazer coisas parvas?
Não haverá sempre os dominantes e os dominados?

Nós vivemos numa sociedade hierarquizada, inconscientemente nós submetemo-nos aos mais experientes e os mais experientes sentem-se sempre no direito de exigir mais, de ir mais longe.

Olha à tua volta, olha para a tua vida.
Na tua família tens alguém que tem a última palavra.
No teu trabalho tens alguém hierarquicamente ao mesmo nível mas... manda mais.
No teu círculo de amizade tens aquele que acaba sempre por escolher o que fazem/onde vão.
Na tua equipa de futebol tens um capitão.
Na tua relação tens quem acaba por ceder/impor a sua vontade.

Em todas estas situações há sempre alguém com mais poder que os outros. Agora, cabe a quem tem esse poder ser razoável e criar um ambiente harmonioso. A quem é "submisso" cabe acatar ou impor-se quando é demais.

O teu pai pode gritar contigo por teres tido más notas na escola, mas também te pode bater com um cinto.
O teu colega pode assumir o controlo do projecto, mas também pode virar os teus colegas contra ti.
O teu amigo pode escolher um restaurante a meio caminho de todos, mas também pode escolher o da rua dele.
O teu capitão de equipa pode-te retirar do jogo por estares a jogar mal, mas também te pode insultar enquanto o faz.
A tua namorada pode sempre contra-propor algo ao que sugeres, pode também queixar-se que nunca sugeres nada que ela goste.
etc.

Nós precisamos de figuras autoritárias na nossa vida, sem elas não funcionamos.
Como em tudo, há aqueles que exercem essas funções bem e aqueles que exercem mal.

Claro que é sempre noticiado aquilo que corre mal. Quando corre bem, não é notícia, é rotina.

Atenção, eu trajei mas nunca fui um aficionado do traje.
Era dos "Doutores" que menos regras cumpria e levava isto como a palhaçada que era.
Para o bem e para o mal.
Não "abusava do meu poder", mas também não prestei o devido apoio aos meus afilhados:|
Ajudei-os a conhecer malta e a integrarem-se, o resto fizeram eles por eles.

Não por maldade, mas por eu próprio não ter os apontamentos e afins:|

Fala por ti. Esse teu discurso saíu um bocadinho fascista.

Eu pensava que viviamos numa sociedade de pessoas livres.

Comunismo nas praxes, é o que é preciso! Somos todos iguais!


Oh warding, comparar praxes a essa experiencia de stanford é um bocado exagerado. Uma posição de guarda prisional sobre um prisioneiro vai ser sempre autoritária e ultrapassar alguns limites, isto porque um prisioneiro é alguem que à partida já quebrou regras, daí estar preso. Achas que os resultados eram os mesmos se estivessem a "brincar" aos Patrões e Empregados ? São situações completamente diferentes.

Isso de meter as AEs a organizar as cenas ia dar tudo ao mesmo no final. A AE nao ia ter gente suficiente pra orientar, agrupar e etc os grupos de gente nova, iam arranjar gente que ja tivesse no 2º ou 3º ano dos cursos, e quando fores a ver tens um grupo de "veteranos" a controlar um grupo de "caloiros". Olha, posições de autoridade!... Se calhar vao ser bue crueis mesmo assim |:

Mais importante, só participa na praxe quem quer.

Olha para a tua vida, olha à tua volta. Não estás constantemente rodeado de figuras de autoridade?
Não estás constantemente a cumprir regras que alguém te impôs? Podes sempre optar por não fazê-lo, mas muito provavelmente acabarás num sítio onde não queres.

Quando me refiro a figuras de autoridade, não estou a falar de líderes tiranos que te privam das tuas liberdades.
Tu voluntariamente aceitas isso e... gostas.