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O bastonário da Ordem dos Advogados, António Marinho Pinto , exortou terça-feira a Justiça portuguesa a seguir o exemplo da congénere norte-americana que rapidamente resolveu o caso Madoff.
"Devemos olhar para aquele país que nesta matéria [celeridade na Justiça] nos pode dar bons exemplos. Eu não posso ser acusado de ser pró-americano mas vejam o caso Madoff!", comentou Marinho Pinto, durante uma comunicação no Clube dos Pensadores, em Gaia.
O investidor Bernard Madoff foi condenado segunda-feira, nos Estados Unidos, a 150 anos de prisão, pela confessada autoria da maior fraude financeira da história de Wall Street, num julgamento concluído pouco mais de seis meses após a descoberta dos factos.
Esta celeridade processual acaba por constituir "uma vergonha para Portugal", considerou Marinho Pinto, que lembrou um conjunto de grandes casos, como o Furacão e o Freeport , "há anos e anos a serem investigados, sem que haja sequer uma acusação".
Ainda a propósito da investigação desencadeada pelo licenciamento do empreendimento de Alcochete, Marinho Pinto condenou a forma como o processo nasceu e se está a desenvolver.
O processo surgiu, na perspectiva do bastonário, de "um cozinhado político-jornalístico entre opositores do engenheiro José Sócrates e alguns jornalistas, igualmente opositores".
Desenvolve-se agora por entre "picos mediáticos que coincidem com os picos eleitorais, o que faz temer as piores suspeitas", continuou, concluindo que "manter esta situação em lume branco é uma degenerescência da democracia".
A justiça é daquelas coisas que em portugal sofre muito com o timing e a burocracia. Estas coisas deviam ser tratadas rapidamente e com eficácia. Noutro país qqer, os dirigentes já se teriam demitido e o julgamento iniciado.