Hats off, gentlemen! Someone got my point!

Cerebro, o espirito desta frase:
"não concordo que o público seja um bom regulador da qualidade dos conteúdos, visto que é na sua maioria ignorante e desinteressado."
não vai contra o espirito desta:
"O problema é que a moral não é absoluta, e portanto o ponto de equilíbrio é indefinível."

?

Não. O facto de eu achar que o público não é um bom regulador da qualidade não implica que eu considere que haja um nível "certo". Se existisse um nível de qualidade óptimo eu não estaria contra o seu estabelecimento por parte do Estado. Eu sou contra a intervenção do Estado exactamente porque qualquer nível seria sempre arbitrário e "certo" apenas para aqueles que o escolheram.

Mas isso também se aplica ao público. Não é por muita gente gostar de uma coisa que essa coisa seja benéfica.

Qual é a relevância disso?

É que se queres ter uma sociedade culta, inteligente e mentalmente equilibrada, está no teu interesse melhorar a programação daquilo a que as massas estão tão expostas.

Isso é tudo muito subjectivo como vocês próprios admitem. Pode-se não achar o público o melhor regulador, e eu também questiono o público quando vejo que o seu principal divertimento é ver paredes a atirar pessoas à água, mas o público é o único regulador que é possível ter sem entrar por caminhos perigosos de limitação de liberdades, logo não será muito relevante estar a discutir para além disso.

Verdade, mas tens de ter consciência que há padrões de estimulação racional que são cientificamente considerados como absolutos, ou seja, há coisas que se sabe no absoluto que fariam bem à população em geral.

O problema é que se educas uma sociedade apenas pelo mais baixo e com o gosto pelo facilmente apreciável é muito difícil depois tentar elevar os padrões. Acabas com uma sociedade que, por ciclo vicioso, gosta de coisas cada vez mais idiotas, entrando numa espiral degenerante. E como os canais se regem por dinheiro (que é gerado pelas audiências), a questão moral ("moral" aqui usada como "reconhecedora do que seria benéfico para a sociedade") é completamente obliterada pela vontade de lucro.

Mesmo em relação ao teu primeiro parágrafo acho sempre que se prende com questões subjectivas, mesmo sendo concebível que há áreas em que pode existir um consenso sobre o que é bom e o que é mau para a população.

Quanto aos canais a verdade é que também há dinheiro a fazer na alternativa. Os canais não podem sobreviver todos com o popularucho porque há sempre uns que o fazem melhor que outros. E existem sempre porções do mercado que procuram algo diferente e que também podem ser exploradas.

tantas páginas, e só falaram merda.