e o Brasil têm a Organização dos Estados Americanos e o Mercosul.
Esses impostos não são cobrados de transacções internas ao Mercosul, excepto se o bem for de origem externa.

Para Portugal já seria uma grande ajuda. A mão de obra deslocalizada de cá vai maioritariamente para a China, não para países da zona Euro.
Não existe fabricante que se aguente cá. Estamos a colocar toda a economia em cima dos serviços e dentro de meia dúzia de anos vamos pagar feio por isso.

Sem duvida. No exemplo que me refiro, estaria a falar de 450.000doláres/ano de 1952, que são agora 1.6M.

Apenas um punhado de pessoas ganha mais de 150 mil ou 1.6M ao ano. Não só o impacto na receita seria mínimo, como dificilmente essas pessoas não arranjariam maneira de dar a volta.

Johnny, a UE não é a mesma coisa que a Organização dos Estados Americanos ou o Mercosul. Portugal, fazendo parte do mercado único, não tem poder para elevar tarifas, nem de criar medidas (explicitas) de protecção das suas indústrias. Portugal não pode unilateralmente criar impedimentos à importação de bens Chineses, simplesmente cedemos esses poderes à UE.

E mesmo que pudessemos, seria mau. O problema da nossa competição com a China nem sequer é o nosso mercado interno, é o mercado dos outros países. Nós bem podíamos proteger o nosso próprio mercado, que é minimo e desinteressante, mas perderíamos nos outros na mesma.

A Brasil até há 10 anos para trás não foi um sucesso. Tem tido crescimento nos últimos dez anos porque conseguiram controlar a inflação, têm estabilidade política e devido às privatizações e outras políticas do Fernando Henrique Cardoso. Ah, e o petróil.

Não é o proteccionismo que faz o Brasil crescer. Pelo contrário. Em Portugal tivemos políticas semelhantes: tarifas de importação, lei do condicionamento industrial, etc. Com a nossa entrada nas OCDEs, EFTAs e CEE a partir dos anos 60 a nossa economia explodiu. Houve uma entrada de resmas de investimento directo estrangeiro e uma modernização da economia, industria e força de trabalho. O crescimento exorbitante de Portugal na segunda metade do século XX deve-se à abertura do mercado.

Concluíndo:
-Proteccionismo atrasa a economia
-No panorama actual Portugal não tem ferramentas para criar essas políticas, felizmente. Apenas podemos proteger certas industrias implicitamente o que gera as falcatruas e corrupção do costume. Ou a vender PC's da Intel com capinhas portuguesas para a Venezuela a troco de petróleo.
-Não crias indústria sustentável protegendo o mercado Português, que não é grande o suficiente para gerar empresas competitivas. Ou criamos empresas que consigam competir num mercado global, ou... chapéu.

Bullshit! Convém não esquecer que quando Portugal aderiu a essas organizações podíamos exportar livremente mas as importações estavam condicionadas.

Houve uma entrada de resmas de investimento sim, mas porque era a única maneira que tinham de colocar cá os seus produtos.

Claro que podíamos exportar livremente, mas as relações comerciais não são unilaterais. Apenas pudemos ter melhor acesso aos mercados exteriories quando aderimos a essas organizações e baixámos as nossas barreiras à importação. E as adesões a essas organizações todas se tratam apenas de acordos aduaneiros. Criam condições e garantias e necessárias para que empresas estrangeiras possam investir cá, reduzindo as incertezas políticas, como favorecimento injusto de industrias nacionais.

Qual é exactamente o argumento contra a afirmação de que o crescimento da economia portuguesa na segunda metade do século XX se deve à abertura da economia?

A abertura da economia portuguesa na década de 60 foi positiva porque podíamos exportar em condições mais vantajosas relativamente às importações, ou seja, não foi uma abertura sem regras como a que temos agora. Foi positiva para o crescimento, não contesto isso.

ó warding, eu até ia responder mais ao pormenor mas estou demasiado cansado...
mas assim de balanço, MerCoSul -> Mercado Comum da América do Sul. Com excepção da moeda única, aplica-se praticamente os mesmos termos de cá.

As privatizações elevaram brutalmente a qualidade dos serviços públicos (Telecom e Utilities) mas não foram o motor do crescimento. O Brasil é praticamente auto-suficiente em tudo o que consome e isso deve-se às politicas proteccionistas.

Ahh, e o Fernando Henrique Cardoso é meu herói... se os panhonhas cá tivessem tantos tomates como ele, estávamos acima do Luxemburgo.

Precisamente.
E por exemplo, já percebemos que não conseguimos nem devemos competir com a China, falo aqui por exemplo de indústria têxtil. E o mais triste é que a nossa industria tem efectivamente qualidade. Mas com a carga fiscal a aumentar, o investimento estrangeiro vai embora, para onde a carga fiscal seja mais baixa...

Não é facil sequer tentares criar industria em Portugal, porque não temos o investimento interno necessário para o fazer. O pequeno industrial sozinho não vai a lado nenhum. E a riqueza que temos está concentrada em poucos bolsos que só pensam em Serviços...

A deixar fugir a industria toda não vamos a lado nenhum. Precisamos de industria para consumo interno (e baixando os níveis de importação). E precisamos obviamente de exportar. E nós somos capazes de o fazer, por exemplo exportação de "transistors".

Neste momento não temos enquanto país, objectivos e metas definidas do que devemos fazer. E claramente perder a industria toda não é caminho que leve a lado nenhum.

Soube hoje de fonte segura que se o Socas não abrir as pernocas, o OE vai ser mesmo chumbado... Ou o Socas dá ao PPC o que ele quer, ou dá outra coisa que ele quer...

btw, se eu acredito nisso... hummm... não me cheira.